Uma altura escrita à mão
Continuo sem saber o que fazer contigo
por detrás da leitura dos sinais vitais
das somas e diferenças que constituem uma espécie de ensino,
essa matemática de sala de espera
o funéreo exercício de encontrar o sucesso
num exemplar carcomido pelo didactismo das grandes feridas
entretemo-nos a combater equívocos com exemplos
datados. Em todos os segundos celebramos a hesitação.
Um abismo escrito à mão
na primeira versão
onde estava abismo lia-se altura
não sei quando, excepto se for já
alguém exclama no tom do século
é a vida, ao dar de caras com uma legenda
é o vedor retardatário procurando nascentes de fogo
num corpo escancarado pela insistência do poema
criptografada, quase sempre lacónica a legenda
de um quadro jamais exposto.
…
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