Puxando fogo ao destino
Seria difícil encontrar um homem mais avesso às fórmulas.
Passos depurados, um rasto tornado tornado puxando fogo ao destino, biografia de felino, presa capturada pela magia do salto repentino, mão como delta da boca
há milénios que o homem coloca empenho no sentido
(abram alas para a explosão) de fazer de si um animal veloz, copiou o lobo, os grandes felinos, apropriou-se do cavalo
com o fito de simular a rapidez de um raio, de poder fomentar o medo como um Deus. Foram eras a andar às voltas, a circum-navegar cadáveres de deuses naufragados no oceano do esquecimento, a inventar-me dentro de aceleradores de partículas gradualmente mais vertiginosos, a partir e a regressar, a regressar e a partir, como uma tribo Mongol ocupando os dias com a manutenção do medo. Passei muitos anos camuflado na resposta oscilante e tensa à pergunta de Robert Musil: “Suicidar-me ou escrever?”