de gatas ou em simulada bipedia
dois poemas sobre coisa nenhuma
1.
de gatas ou em simulada bipedia
o homem condimenta o seu abismo
missa sazonal, cruz duradoira
língua ou impropério eclético
a dor regateada na esquina
a pipa emancipada pelo declive
o vinho saboreando a queda.
2.
anuímos
cada um na sua língua
mediocridade torpedeada
cambalhota, cambalacho
tratantada, matraca
aberta de par em par
a refrega transmitida
no ar pelas parangonas
directamente do inferno
anjos amontoados na bagageira
demónios à frente na cavaqueira
lâmina mutante, preguiça militante
poeta lançado do alto da livralhada.
…
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